quinta-feira, 26 de março de 2015

escrevendo pra ninguém, parte 1

essa é uma sequência de textos, fora de qualquer lógica ou conceito

você perdeu todo seu azul

o ano sabático era só uma quarta feira
se meu diamante se jogasse no rio sena não seria a mesma sensação que você me provocou,
por que você fez isso comigo? já tentei te entender de todos os meios possíveis, eu não faria o mesmo com qualquer um, tenho mais de mil possibilidades, mas nunca com você.
escrevo pouco pra que todas minhas palavras sejam absorvidas/absolvidas
a quarta feira era só o ano sabático

eu quero é perder

a arte, principalmente a escrita, deve ter compromisso com a transgressão da linguagem. ganhar não me importa, estar por cima não é legal, estar por baixo é melhor, sentir o calor, viver na cocheira.
não precisar mostrar nada pra ninguém, ser completamente livre, cortar minhas madeiras em paz e desenhar o que eu quiser.
o que é o sentimento senão a perda? o amor nunca ganha,  porque amar é desfazer-se.

sem dor nem rancor nem bobeira

tenho que treinar meus olhos, o trabalho visual é maior.
estou num sério dilema, um dilema de inexatidão, que me corrói por dentro e afeta meu trabalho, eu estou realmente comprometido em pensar nele, mas não consigo achar uma solução plausível.


a guerra não sai da cabeça

uma criança de 5 anos que literalmente/fisicamente:intelectualmente cresce ao longo de vários anos, coisas importantes acontecem e não se vê o ponto estrategicamente, e se morresse?
não quero viver sem viver
dadaab


bavard

um drogado que cedeu ao vicio, não aguentei.
vou fazer o que tiver de ser feito no meu quarto, nao vou abrir a janela, nao quero ir até o final

drogué, un putain. j'suis un junkie décédé. je respire cet air sale, plein de terre et j'ai déjà tout oublié.

mémoire.

le temps retrouvé.

je ferai tout ce que je dois, tout qu'il faut pour fixer ma vie, je vais ouvrir la fenêtre.


pontos

eu posso, te amar se você quiser. je peux t'aimer, si tu veux. i can love you, if you wanna.
elas me disseram antes de ir.
on doit partir.
obrigado, de nada.

ps: me perco nas suas possibilidades

Alberto Werther

sexta-feira, 20 de março de 2015

aos meus amores de um dia só, que foram todos imaginados em um dia só e fomos todos felizes por um dia só. ao anoitecer quem estava só era eu e não o dia

tive dois filhos com você ontem, um de cada transa. e hoje viajamos o mundo, deu(s) seis horas e voltamos, eles estavam prestes a se casar, um com uma menina branquinha e magrinha que tem uma voz doce e forte, o outro com uma moreninha de cabelos cacheados e compridos, que tem aquele sorriso frouxo encantador.