domingo, 10 de fevereiro de 2013

Architect of Destruction

Eu não quero apagar minha dor, por mais que doa, ela faz de mim quem eu sou.

Já não sabia onde era iníco ou fim,
Não aguento mais ouvir as mesmas coisas, mesma pronuncia.

Finja ser francesa hoje,  meu amor
e não invente mais desculpas.

Quando foi que eu comecei a não me reconhecer mais? Quem afinal sou eu e o que eu quero fazer? Só não quero ser mais um a existir, quero sentir, preciso sentir.


sábado, 9 de fevereiro de 2013

E se a chuva alagar aqui?

Já estou farto dessa ladainha, do papo furado sem fim, dos ciclos intermináveis. Dos/Dois corações batendo, tudo fica indicado naquela telinha de hospital, ao lado da maca, no meio da UTI. Tantos altos e baixos, queria um pouco de estabilidade, um pouco de paz. Mas não quero morrer. Será que isso é possível? Não posso simplesmente desligar o monitor?




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Título

Frederico sabia o esforço sobre-humano que ele fazia para manter uma máscara de indiferença.
Não que ele se importasse na verdade, mas era difícil exprimir o que ele realmente sentia. Sabia que quanto mais ia melhorando no inglês, mais sua vida ia apodrecendo. Quanto mais ele conhecia o mundo, mais ele piorava.
Seus castelos são feitos de algo mais frágil do que areia. Algo bem mais fácil de se destruir. Vigas e pilares que vão se dissolvendo com o tempo, levadas pra as dunas, depositadas no fundo do mar ou só sobem no infinito do céu.
As vezes aparece uma alegria, que brota do nada e consome todo seu corpo pequeno, como um duende doente, que continua a trabalhar na mina de diamantes..
Não pode-se mais fazer nada, só dançar.
Frederico colocou a mão na cabeça e percebeu o sangramento, era a quarta vez nessa semana, os pontos da lobotomia recém acabada iam se soltando antes do tempo, e deixando sua carne exposta, mas o que doía mesmo estava dentro do seu peito.