sábado, 8 de setembro de 2012

Armas químicas e poemas

Pessoa #1
Era uma vez Laísa, era uma garota de bons modos, boa família, morava longe da média ponderada da realidade. Mas não era soberba nem presunçosa. Tinha um metro e oitenta e um, se vestia bem, pele branca, estupidamente branca, pele neve. Olhos escuros e profundos, seu olhar era congelante e cheio de vida morta, cheio de platonismo, cheio de idealizações semi-frustadas. Sua playlist tinha rock progressivo, bossa nova e todos os anos 80. Ela tocava violino, falava francês e um pouco de finlandês, mas seu forte sempre foi sua língua mãe, ela sempre valorizava o português brasileiro, que costumava chamar de luso-tupiniquim. Não se dava ao prazer de ter sonhos, só alguns objetivos de vida que gostava que escrever no seu molesquini, objetivos tão simples que se tornavam complexos.
Tinha uma rotina programada rigidamente. segunda feira é dia de sorvete, terça feira dia de observar os pássaros, quarta feira filmes baixados por aí, quinta feira observava os cavalos no hipódromo, sexta feira teatro, sábado visitava seus pais no hospital, domingo é dia de dormir até tarde e experimentar receitas novas na cozinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário